A Nebulosa do Bumerangue revelando sua verdadeira forma, com ALMA
(Foto: Bill Saxton, NRAO/AUI/NSF, NASA/Hubble, Raghvendra Sahai)
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Com Outubro acabando e o verão se aproximando lentamente por aqui, e o inverno lá no hemisfério norte as árvores começam a perder as suas folhas e a temperatura cai devagar. Lembra quando nevou em Curitiba? Você acha que estava frio?
Acho que você não conhece o frio.
Em uma positivamente frígida temperatura de 1K (-272 graus Celsius) a Nebulosa do Bumerangue na constelação Centaurus é oficialmente o lugar mais frio conhecido do universo. É até mesmo mais fria do que a temperatura ambiente do espaço!
Usando o Atacama Large Milimeter/submilimeter Array (ALMA) no Chile, astrônomos conseguiram captar um melhor visual dessa nuvem congelante de gás e poeira para aprenderem mais sobre suas propriedades frígidas.
A Nebulosa do Bumerangue já foi fotografada antes por ambos telescópios terrestre e o telescópio espacial Hubble, e aparece em uma luz visível na forma de uma 'gravata borboleta' (ou dois bumerangues sobrepostos opostamente). Mas novas observações usando as altas capacidades de resolução de ALMA revelaram sua verdadeira forma.
"O que parecia como uma forma de arco duplo ou um 'bumerangue', vindo de telescópios terrestres, é na realidade um estrutura muito maior que está se expandindo rapidamente no espaço" disse Raghvendra Sahai, um pesquisador e principal cientista do laboratório de propulsão a jato da NASA e autor de um trabalho publicado na Astrophysical Journal.
Um estreito cinturão de partículas de poeira também foi encontrado - graças a ALMA - ao redor da estrela dentro da nebulosa, que impede que alguns comprimentos de onda luminosa atravessem e criem a forma da 'gravata borboleta' vista em imagens visíveis anteriores.
Imagem do Hubble da Nebulosa do Bumerangue tirada em 1998. (Foto: NASA/ESA) |
Então, por quê essa nebulosa é tão incrivelmente fria? Ela na realidade está esfriando a si mesma enquanto cresce, astrônomos descobriram.
Com a estrela, semelhante ao Sol, no centro se aproxima de seu fim isso expande a nebulosa com rápida liberação de gás. Esta expansão cria um efeito refrigerador - semelhante a como o gás expansivo no freezer ajuda a prevenir seu sorvete de derreter.
O gás nessa nebulosa está viajando muito mais rápido do que qualquer outra coisa na sua geladeira no entanto. - 500.000Km/h.
Com 1 Kelvin, a Nebulosa do Bumerangue é até mais fria do que os lugares mais frios conhecidos do nosso sistema solar: as permanentes-sombrias crateras no pólo sul da Lua que nunca recebem luz solar. Até aqueles 'bolsos de trevas' tem uma agradável temperatura de 33 Kelvin. (apenas para comparação, água congela em 273.15K).
Pelo assunto em questão, até no meio do espaço intergalático onde há o 'nada' continua sendo mais quente - o microondas cósmico de fundo 'brilha' em uma constante de 2.8K.
A nova pesquisa também mostra que a bordas da nebulosa estão aquecendo conforme a expansão do gás diminui - mesmo assim ela ainda continua um pouquinho mais fria que o MCF.
"Isso é importante para o entendimento de como as estrelas morrem e transformar-se nebulosas planetárias" afirma Sahai. "Usando Alma, nós estamos quase que literalmente e figurativamente capazes de lançar uma nova luz nos 'suspiros de morte' de uma estrela semelhante ao Sol."
A Nebulosa do Bumerangue está localizada a 5.000 anos-luz da Terra dentro de nossa galáxia Via Láctea.
Com 1 Kelvin, a Nebulosa do Bumerangue é até mais fria do que os lugares mais frios conhecidos do nosso sistema solar: as permanentes-sombrias crateras no pólo sul da Lua que nunca recebem luz solar. Até aqueles 'bolsos de trevas' tem uma agradável temperatura de 33 Kelvin. (apenas para comparação, água congela em 273.15K).
Pelo assunto em questão, até no meio do espaço intergalático onde há o 'nada' continua sendo mais quente - o microondas cósmico de fundo 'brilha' em uma constante de 2.8K.
A nova pesquisa também mostra que a bordas da nebulosa estão aquecendo conforme a expansão do gás diminui - mesmo assim ela ainda continua um pouquinho mais fria que o MCF.
"Isso é importante para o entendimento de como as estrelas morrem e transformar-se nebulosas planetárias" afirma Sahai. "Usando Alma, nós estamos quase que literalmente e figurativamente capazes de lançar uma nova luz nos 'suspiros de morte' de uma estrela semelhante ao Sol."
A Nebulosa do Bumerangue está localizada a 5.000 anos-luz da Terra dentro de nossa galáxia Via Láctea.